segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Lienchtenstein


É um minúsculo principado, um microestado, localizado no centro da Europa, encravado nos Alpes, entre a Áustria, a leste, e a Suíça a oeste. Pouco mais de 34 mil habitantes moram no principado de apenas 160 km².
Desde o século XV, goza praticamente do mesmo território e o principado é comandado pela mesma família desde 1608, quando Liechtenstein tornou-se independente do Sacro Império Romano Germânico. Por ter feito parte deste império germânico e descender diretamente dele, a língua falada no país é o alemão, mas o Liechtenstein se diferencia de Alemanha e Áustria, por ser um micro-estado, considerado um dos mais ricos do mundo, e que é constantemente citado como um local onde a prática de lavagem de dinheiro (ou branqueamento de capitais) é frequente.
O Principado do Liechtenstein desfrutou de um território incorruptível ao longo da História. As suas fronteiras permaneceram quase imutáveis desde 1434, quando o Reno estabelecia a fronteira entre o Sacro Império Romano Germânico e os cantões da Suíça.
Uma estrada romana atravessa a região de sul para norte, atravessando os Alpes pelo desfiladeiro de Splügen até às margens do Reno, num terreno cujas custosas e frequentes inundações impediam a sua habitação. Villas romanas foram edificadas no sul, e para seus criados, os senhores romanos permitiam o fluxo de cidadãos germânicos, através das terras do norte. Como marca da sua passagem pelo Vale do Reno e pelo norte de Liechtenstein, foi edificado em Schaan um pequeno forte da época. Os romanos estabelecem-se no sopé dos Alpes, permanecendo em Vaduz, junto ao Reno, ou no Vale de Samina e Triesenberg.
A área, parte da Récia, foi incorporada ao Império Carolíngio e dividida em condados administrativos, mantendo-se assim dividida ao longo dos séculos que a História já levou consigo. O Ducado da Suábia perdeu o seu Duque e senhor em 1268 e nunca foi restaurado. Todos os vassalos do duque passaram a ser vassalos do Império Carolíngio.
O medieval condado de Vaduz, formado em 1342, era uma pequena divisão do condado de Werdenberg, pertencente à dinastia de Monfort de Vorarlberg. No século XV, pelo menos três guerras devastaram o local. Embora o comércio colonial o enriquecesse, como à Suíça, sendo o país era uma vivo ponto comercial, por onde passavam as especiarias vindas de África, as quais comercializavam com mercadores do restante da Europa, ou seja, a função de Liechtenstein foi sanear os produtos de luxo vindos das colónias portuguesas para o resto da Europa. Mas no século XVII o Liechtenstein perdeu parte dos seus cidadãos na Guerra dos Trinta Anos. Mais de cem pessoas foram perseguidas e executadas em praça pública.
A dinastia de Liechtenstein, cujo principado tomou por seu o nome do Castelo de Liechtenstein, na Áustria e onde vivia a família aristocrata. Johann-Adam Liechtenstein, um príncipe de Viena, com possessões na Boémia, na Baixa Áustria, na Styria e na Morávia, teve barrada sua entrada para o Conselho de Príncipes, que rodeava e influenciava directamente os Habsbugos. Então comprou Schellenberg em 1699 e Vaduz em 1712. Tudo isto, devido à corrida desenfreada dos nobres e Senhores às terras circundantes da Família Habsburgo. É elevado, então, a Principado Imperial de Liechtenstein, como um feudo do Sacro Império Romano-Germânico
Liechtenstein tornou-se um estado soberano em 1806, quando ratificou a Confederação do Reno, junto a Napoleão I, após a dissolução do Sacro Império. O condado foi ocupado pelas tropas francesas durante alguns anos, mas recupera a sua independência em 1815 com a Confederação Germânica. Em 1862 a Constituição é promulgada, com o Landtag sendo o representante das camadas populares na sociedade. Em 1868, a Confederação foi dissolvida, e o Liechtenstein abole o seu exército, declarando a sua permanente neutralidade, respeitada até durante os anos das Guerras Mundiais.
Em 1852, Liechtenstein consentiu uma união econômica com a Áustria-Hungria. Encerrou esta união após a Primeira Guerra Mundial devido a devastação econômica sofrida pela Áustria. Em 1924, Liechtenstein estabeleceu uma união aduaneira e monetária com a Suíça. Mas foi forçada a união com a Suíça, que lhe valeu até na Segunda Grande Guerra, servindo de centro europeu de lavagem de dinheiro dos nazistas.
Em 1978 adere ao Conselho da Europa, em 1990 é aceite na ONU, três anos mais tarde junta-se à EFTA, com Portugal já fora da associação de livre comércio, e em 1995 entra para a Área Económica Europeia e torna-se membro da OMC.
A 15 de Agosto de 2004, Hans-Adam II do Liechtenstein formalmente delegou o seus poderes no seu filho, Alois de Liechtenstein. Hans Adam II, contudo, mantém-se como soberano.

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